Brasis-Simpósios Temáticos
Simpósios Temáticos
Os Simpósios Temáticos acontecerão no turno manhã pela plataforma Google Meet.
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Os seguintes Simpósios ocorrerão em apenas uma sessão no dia 11 (quinta-feira), das 08h às 12h: Simpósios ST-01, ST-02, ST-05, ST-09, ST-11, ST-13 e ST-17.
Os demais Simpósios ocorrerão em duas sessões nos dias 11 e 12 (quinta-feira e sexta-feira), das 08h às 12h: Simpósios ST-03, ST-06, ST-08, ST-10, ST-12, ST-15 e ST-16.
Prof. Dr. Marcelo Cheche Galves (UEMA)
Prof. Dr. Roni César Andrade de Araújo (UFMA)
Este simpósio temático tem por objetivo reunir trabalhos que se dediquem ao estudo da relação entre os embates políticos nos impressos dos Oitocentos e o processo de formação do Estado Nacional brasileiro, referenciados nas polissêmicas noções de “brasileiros” e “portugueses”, variáveis ao sabor de conjunturas e de espaços distintos. Considerando as diversas estratégias adotadas por aqueles que estavam à frente dos periódicos, ou que fizeram circular suas demandas por outros canais de participação política, torna-se importante entender como as relações sociais e políticas se inseriam em questões práticas da vida cotidiana, como, por exemplo, o acesso às garantias constitucionais, aos empregos públicos ou às indenizações pelos prejuízos provocados pelas guerras de Independência, reconhecidas a partir dos termos estabelecidos pela Comissão Mista Brasil-Portugal, criada pelo Tratado de Reconhecimento da Independência do Brasil, em 1825. Nas décadas seguintes, as duas primeiras questões foram realimentadas por importantes fluxos de portugueses em direção à ex-colônia, e foram capazes de atualizar o debate sobre o lugar que “Brasileiros” e “Portugueses” poderiam (ou deveriam) ocupar no estado imperial.
Palavras-chave: Política. Cidadania. Império do Brasil.
Profa. Dra. Dayse Marinho Martins (IEMA/ UFMA)
Prof. Ennio Silva de Souza (Mestrando em História – UEMA)
Abordagem sobre as narrativas que tratam da independência do Brasil no ensino de história. Para além das narrativas publicizadas na Educação Básica por meio dos livros didáticos e dos discursos da cultura escolar, existem outras narrativas que, no âmbito das relações de poder na sociedade, não são apresentadas, ficando silenciadas. O debate contempla reflexões sobre a noção harmônica do processo de Independência do Brasil, enquanto ruptura política do consenso dos diferentes segmentos da sociedade diante de um inimigo comum, o “português”. Trata-se de problematizar as interpretações sobre a percepção de um sentimento nacional em torno da independência, além de contemplar a participação popular nesse processo. Visto que tal independência não se deu por meio de batalhas concentradas em uma única região, ou estado, como, popular e erroneamente, costuma se pensar, sobretudo com o imaginário de Dom Pedro montado em um cavalo, bradando uma espada e gritando independência ou morte, torna-se imprescindível que sejam levadas à luz tantas outras batalhas ocorridas em outras regiões da nação e que foram de grande relevância para a tal independência. Além, ainda, de desvelar as várias facetas desse processo, bem como, os interesses políticos e econômicos distintos, dando voz a tantas narrativas silenciadas, evidenciando que não existiu uma independência do Brasil, mas sim, muitas independências em vários Brasis.
Palavras-chave: Narrativas. Ensino de História. Independência do Brasil.
Profa. Dra. Maria da Vitória Barbosa Lima (UESPI)
Profa. Dra. Iraneide Soares da Silva (UESPI)
O presente simpósio busca reunir docentes e discentes que trabalhem com História da África, populações diaspóricas, movimentos sociais, identidades étnicas e educação para as relações raciais enfocando algumas das complexidades envolvendo essas temáticas na contemporaneidade. Por meio de um recorte que enfatize as populações africanas e afro-descentes no Brasil, procura-se debater sobre as dificuldades no campo do ensino e da pesquisa, principalmente, levando em conta narrativas, representações e debates envolvendo as comunidades tradicionais afro-descendentes e que carregam traços de suas experiências africanas enraizadas em um passado de escravização. Observando as aproximações com o campo das ciências humanas a saber, História, Antropologia, Sociologia, Letras e Artes, essa proposta vai analisar saberes e tradições culturais, rupturas e permanências em sociedades africanas e comunidades afro-diaspóricas. Estas carregam experiências de exclusão social e de luta pela aceitação de sua humanidade. Baseando-se nos estudos dos séculos XIX e XX, na historiografia da escravidão, busca-se compreender um passado colonial cuja marca mais catastrófica foi apagar a escravidão dos registros históricos, rejeitando a existência do elemento “afro”. Destarte, enfatiza-se o que se têm produzido em grande parte da região nordeste, levando em consideração a sensibilidade de alguns pesquisadores, em contraposição com a rica herança cultural africana ainda é pouco presente nos registros da nossa historiografia. Assim, faz-se necessário debater, analisar, sobretudo, compartilhar e divulgar ao público acadêmico, mas não só as recentes pesquisas nesse campo, mas ainda o ensino de história da África e afro-diaspórica, tão essencial no percurso dos séculos XIX e XX.
Palavras-chave: História da África. Conhecimentos tradicionais. Identidade.
Profa. Dra. Ana Maria Bezerra do Nascimento (UESPI)
Prof. Dr. Clodson dos Santos Silva (UESPI)
Prof. Dr. Fábio Martinez Serrano Pucci (UESPI)
O ST visa reunir temas que abrem uma ampla reflexão e problematizações que tangenciam a História, Literatura e Ciências Sociais. O objetivo é verificar as muitas representações dos conceitos, características, atribuições, condicionantes, sua abrangência temporal e espacial postas pelas práticas e processos que se prolongam, em alguns casos, até a atualidade com vistas a um projeto de construção do Brasil. Destarte, o sertão é parte dessa dinâmica pois é um conceito que opera uma apropriação simbólica de um lugar. À época da Independência, dois quintos do território eram ocupados efetivamente, os outros três quintos seriam território a explorar e ocupar. Nesse contexto, o sertão por ser um “território”, uma terra ocupada por indígenas ferozes, sertanejos tenazes, negros indisciplinados envoltos por uma paisagem rude, mas, singular que confrontava a existência dos Brasis. Desse modo, os trabalhos podem discorrer sobre identidades regionais, formação territorial, representações, dinâmicas culturais, usos políticos, migrações históricas e contemporâneas em sua interseção com diferentes territórios. Nos territórios é que o migrante adquire uma moradia, tece relações de sociabilidade com a vizinhança, acessa os serviços sociais de saúde e educação, aprende a língua local e estabelece vínculos sociais que propiciam sociabilidade e inserção no mercado de trabalho. Assim, territórios e migrações implicam distintos Brasis?
Palavras–chave: Territórios. Migrações. Sertão.
Prof. Dr. João Paulo Peixoto Costa (IFPI)
Profa. Dra. Tatiana Gonçalves de Oliveira (UESPI)
No intenso século XIX no Brasil, as profundas transformações político-ideológicas atingiram decisivamente a vida dos heterogêneos povos indígenas. Desde aqueles com séculos de relações com a Coroa portuguesa até os ainda resistentes e vítimas de violências e invasões de seus territórios, todos foram impactados de diferentes formas pelas mudanças que fizeram com que a antiga colônia lusitana conquistasse a independência, se tornasse um império e terminasse a centúria com a proclamação da república. O antigo modelo de sociedade corporativa típico do Antigo Regime assistiu a chegada fulminante do liberalismo, que trouxe consigo conceitos como o de cidadania, propriedade, Constituição e nação. No percurso tortuoso dos setores subalternizados durante a formação do Estado brasileiro, os variados povos indígenas se posicionaram de maneiras diversas diante das intempéries a partir de suas próprias experiências, perspectivas e projetos políticos. Os caminhos trilhados por índios e índias também foram múltiplos, desde o âmbito jurídico-administrativo – nas câmaras, em processos eleitorais ou por requerimentos –, passando por indisciplinas cotidianas e nos mundos do trabalho até as ações armadas por meio de recrutamentos ou revoltas. Tendo em conta esse universo de possibilidades, o presente Simpósio Temático se propõe como um espaço de diálogo e análise das vidas indígenas que, de uma forma ou de outra, buscavam construir espaços de existência cada vez mais autônomos nos processos de independência e formação do Estado nacional brasileiro.
Palavras-chave: Povos indígenas. Independência. Século XIX.
Profa. Dra. Lucineide Barros Medeiros (UESPI)
Profa. Dr. Alcebíades Costa Filho (UESPI/UEMA)
Prof. Dr. Robson Carlos da Silva (UESPI)
O Simpósio tem como escopo acolher trabalhos que abordam reflexões sobre problematização e afirmação de trânsitos implicados em propostas de investigação acadêmico-científica, enfatizando os procedimentos, estruturas e dinâmicas metodológicas e analíticas, assim como as inferências éticas de trabalhos desenvolvidos por pesquisadores/as realizados na esfera dos cursos de pós-graduação stricto sensu e lato sensu, graduação e programas de bolsas de iniciação científica. Nossa intenção é privilegiar pesquisas com resultados finais ou em andamento. Propomos um padrão de mesa temática em que se justapõem propostas metodológicas interdisciplinares, assim como críticas sobre as estratégias de percursos investigativos, notadamente propostas assentadas nas engrenagens sociais e pessoais que impulsionam os/as sujeitos/as em suas escolhas e na diversidade de abordagens. Compreendemos que a pesquisa acadêmico-científica por meio de abordagens interdisciplinar e transdisciplinar envolve, para além da simples articulação ou integração de conteúdos de disciplinas e áreas do conhecimento diversas, a possibilidade de fluxos e encadeamentos entre os saberes e entre as pessoas comprometidas e envolvidas na compreensão da totalidade dos objetos e fenômenos estudados, assim como, no propósito da investigação, descoberta e produção de novos conhecimentos ancorados na reflexão e na crítica. Neste sentido, o simpósio acolherá, além de pesquisas de natureza interdisciplinar, trabalhos ancorados na construção de arcabouços teórico-conceituais que dialoguem com epistemologias diversas da epistemologia europeia-ocidental, tais como, as epistemologias dos povos originários e andinos, epistemologias do sul, epistemologias dos povos africanos, dentre outras, num movimento de pensamento e produção subversivo e de rupturas, notadamente, epistêmicas.
Palavras-chave: Métodos de Pesquisa. Pesquisas acadêmico-científicas. Pesquisas Interdisciplinares.
Prof. Dr. José da Cruz Bispo de Miranda (UESPI)
Prof. Dr. Raimundo Nonato Ferreira do Nascimento (UFPI)
Nos últimos anos, após a implementação das ações afirmativas – sistema de cotas no ensino superior, temos assistido a um processo de inovação e recriação da universidade brasileira, que se apresenta de duas formas: a) pela incorporação de populações negras e indígenas e; b) inclusão de pessoas de baixa renda oriundas da escola pública, resultado da democratização do acesso à universidade. Esse processo, impacta diretamente na forma como as elites políticas e econômicas do país, se relacionaram e ainda se relaciona com a população negra, indígenas, homossexuais, mulheres e outras minorias, notadamente os menos favorecidos (RIBEIRO, 1995; MOTT, 2010). A perspectiva eurocêntrica, branca, cristã e patriarcal travestida de civilizatória estruturou relações opressivas com objetivo de encaminhá-los à civilização, à ordem e ao progresso. Com isso, os espaços públicos, o desenvolvimento econômico, a propriedade da terra, a educação, o respeito ao gênero e à sexualidade eram ações e comportamentos distantes dos grupos não-brancos e não eurocêntricos. Hoje na década em que se comemora o bicentenário da independência formal do Brasil e do domínio dos espaços da universidade por brancos com perspectivas eurocêntricas, a universidade está sendo obrigada a dialogar com outros saberes e construir novas relações políticas e culturais. É, portanto, nessa perspectiva que propomos este seminário temático, cujo objetivo é refletir sobre essas novas elaborações teóricas e compartilhar visões plurais em relação às representações espirituais, de raça, etnia, de gênero e sexual e indagar se há de fato um processo de independência do espaço universitário dos agrilhoes eurocêntricos, racistas e misóginos, apontando para novas configurações de espaço e poder do saber nas universidades.
Palavras-chave: Universidade. Saberes. Ação Afirmativa. Diversidade. Novas configurações.
Prof. Dr. José Antônio Gabriel Neto (UFC)
A História da Educação se configura, hoje e desde algumas décadas, como campo indispensável à construção dos saberes históricos assim como área importante para o entendimento das estruturas de poder que ainda permeiam as práticas sociais das instituições educativas brasileiras. Nesse sentido, a pesquisa em História da Educação ajuda a elucidar questões relativas ao posicionamento político e a entender como se empreenderam os engajamentos de todos os sujeitos que ajudam no fazer educacional em ambientes formais e não formais de ensino. Portanto, entende-se que a cultura escolar presente nos sujeitos que fazem a educação contribui sobremaneira para a composição do fazer político dentro das instituições escolares, sejam elas escolas ou universidades. As instituições, por outro lado, se colocam como campo de disputa em torno de projetos educacionais que estão refletidos no currículo, nas estruturas escolares bem como na gestão das relações entre professores, estudantes e a comunidade que permeia o espaço escolar. Nesse sentido, esse ST visa contribuir com o evento ao debater temas relacionados à história e atualidade da educação brasileira tais como formação docente, práticas educativas, história das instituições escolares, políticas educacionais, educações básica e superior, biografias de sujeitos, mulheres e homens, importantes à educação, entre outros. Objetiva-se, assim, um debate plural para o enriquecimento de conhecimentos aos profissionais e estudantes interessados na temática.
Palavras-chave: História da Educação. Política Educacional. Práticas Educativas.
Prof. Dr. Fernando Bagiotto Botton (UESPI)
Prof. Dr. Gustavo de Andrade Durão (UESPI)
Esse simpósio temático tem por objetivo reunir pesquisadores em diversos níveis de desenvolvimento de pesquisas e de instituições que queiram debater aspectos da produção do conhecimento do Ensino de História. Buscando coadunar teoria da história e a historiografia como fator fundamental da produção do conhecimento em História, busca-se contribuir para o pensamento, a tradição e o campo da história que lida com diversos problemas e abordagens relacionados às Ciências Humanas, sobretudo, práticas de descolonialização do Sul Global e as eventuais trocas transatlânticas ocorridas para descentralizar as análises no campo da historiografia. Assim, acredita-se ser possível ampliar as possibilidades de investigação e trocas intelectuais pensando em um modelo autônomo para as análises e produções do ensino de História levando em consideração os processos de independência que possibilitem a (re) construção das identidades, essencialmente as identidades nacionais. Serão levadas em consideração as pesquisas que trabalhem a decolonialidade, com os estudos de gênero, as diversas análises multiculturais enquanto modelos e escolhas de um tempo e espaço, que permeiam aproximações ou o seu contrário, entre a historiografia brasileira e a historiografia de outras nacionalidades. Dessa forma, valorizando novas narrativas e modos de se interpretar a história (buscando ao máximo fugir do modelo europeu) pretendemos suscitar debates sobre a identidade nacional e regional, multiplicidades étnico-raciais, limites e aproximações epistemológicas no processo de constituição das ciências humanas no Brasil. A busca pela nossa identidade nacional e os processos de construção da memória, bem como das relações de poder, ainda resistem fortemente às perspectivas comparatistas e transnacionais importantes para pensarmos o ensino do conhecimento histórico e suas intervenções no espaço da sala de aula.
Palavras-chave: Decolonial. Identidade. Ensino de História.
Prof. Dr. Fernando Muratori Costa (UFPI)
Profa. Dra. Olívia Candeia Lima Rocha (UFPI)
A sociedade brasileira na segunda metade do século XX, passou por processos de transformação nos âmbitos, social, político, econômico e cultural. Esse período histórico foi marcado pelo conflito entre forças sociais e entre diferentes projetos políticos e econômicos, e que culminou na instalação de uma ditadura militar em 1964 e que perdurou por cerca de 20 anos. Nesse contexto, observa-se ainda a emergência de movimentos que pretendiam transformar as estruturas políticas, sociais e econômicas da sociedade brasileira, destacando-se o protagonismo da juventude, das mulheres e dos trabalhadores rurais e urbanos. Além disso, menciona-se o surgimento de novos movimentos sociais, organizados em torno de pautas relacionadas a questões ambientais, étnico-raciais e à sexualidade, por exemplo. Ressalta-se que diferentes formas de manifestações política, social e cultural se articulavam diretamente ou de forma tangencial com a luta contra a ditadura militar e pela redemocratização política da sociedade brasileira. É preciso destacar, ainda, o embate contemporâneo em torno da memória versus o negacionismo em relação à repressão política, social e cultural que caracterizaram o período em questão. Nesse sentido, esse Simpósio Temático pretende reunir trabalhos que debatam questões relacionadas à dinâmica histórica desse período compreendendo a complexidade dessas transformações e os embates políticos, sociais e culturais em torno dos diferentes projetos propostos para a sociedade brasileira, compreendendo também os desafios postos pela globalização e pelo neoliberalismo nas últimas décadas do século XX.
Palavras-chave: Cultura. Política. Memória.
Profa. Dra. Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI)
Profa. Dra. Franciane Conceição da Silva (UFPB)
Profa. Dra. Lilian Paula Serra e Deus (UNILAB)
O Brasil vive nas urgências de gritos e ações (de luta) que recomponham as nossas independências. A situação e condição de pauperização das populações pobres, negras, indígenas, quilombolas e das várias comunidades se alargam no fosso das desigualdades e das negligências por parte do poder constituído. Pensar sobre o país nesses 200 anos de independência passa por averiguarmos as rasuras e lacunas do projeto de nação empenhado nos descartes de nossa autonomia, nossa autodefinição e autodeterminação. A negligência e o poder genocida do Estado ceifam vidas de homens e mulheres negros atravessados por suas diversas identidades e pertencimentos. Como as populações negras, indígenas, quilombolas, lgbtqia+, comunidades de terreiros, ribeirinhas podem encontrar caminhos de ruptura com o processo de marginalização e controle perpetrado pelo sistema capitalista e neoliberal em pleno século XXI? Como simbolicamente podemos ecoar nossos gritos e ações de independências? Como estilhaçar as máscaras do silêncio e a herança da colonialidade (Quijano, Mignolo, Fanon) que quer controlar nossos corpos e mentes? Este simpósio propõe discutir tais questões, sob o eixo interdisciplinar, a partir das sensibilidades e percepções estéticas das mulheres negras na literatura. Nesse sentido, acolheremos propostas analítico-críticas de poemas, cartas, crônicas, contos, romances, testemunhos, depoimentos que venham embasados teoricamente nas ideias de pensadoras como Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro, Nilma Lino, Leda Martins, Cida Bento, Bell Hook, Audre Lorde, mas também, Ochy Curriel, Oyèrónké Oyèwumí, Katiúscia Ribeiro, Hudson-weems entre outras/os.
Palavras-chave: Autoria negra feminina. Descolonização. Reinvenções.
Prof. Dr. Antonio Alexandre Isidio Cardoso (UFMA)
Prof. Dr. Davi Avelino Leal (UFAM)
A proposta do ST é articular e discutir temas e problemas relacionados aos sertões do Norte do Império no século XIX. O interesse está posto em territorialidades que atualmente correspondem à Amazônia e ao Nordeste, que guardam muitas interconexões constituídas através de experiências de migração, implementação de projetos coloniais, políticas indigenistas, questões de terra, revoltas populares e regulação dos mundos do trabalho sob a ótica da escravização e controle dos despossuídos. Considera-se que tais populações e seus espaços de reprodução sociocultural foram devassados pelos interesses do nascente Estado Nacional, que, articulado com demandas internas e estrangeiras, empenhou-se em esquadrinhar e explorar potencialidades econômicas, impondo seus códigos e regulações. Da “multidão colorida” que assombrou autoridades do Pará na cabanagem até a “canalha” mestiça, quilombola e indígena que levantou os sertões do Maranhão e do Piauí na balaiada, serão contempladas propostas que incluam dinâmicas de conflito nos caminhos da sedimentação de agendas oficiais do Império. Partindo desse escopo, a ideia é acolher propostas que busquem dialogar com experiências de múltiplos agentes sociais em situação de tensão, mas sem perder de vista a tessitura de suas alianças e sociabilidades, que compunham parte fundamental das redes de contato e proteção de pobres livres e escravizados. Tal perspectiva coaduna com reflexões gerais de pesquisas sobre deslocamentos de fronteiras, migrações, mundos do trabalho (livre e/ou escravo), questões de terra, alteridades, etnicidade, dentre outras temáticas, cujas investigações podem ajudar a decifrar mais detalhes do caráter tenso e movediço dos sertões do Norte do Império nos oitocentos.
Palavras-chave: Sertões. Império. Trabalho.
Profa. Dra. Lucineide Barros Medeiros (UESPI)
Profa. Dra. Maria do Socorro Pereira da Silva (UFPI)
Profa. Dra. Marli Clementino Gonçalves (UFPI)
O simpósio abre espaço para a discussão sobre dilemas e desafios que incidem nas políticas educacionais em interface com a questão agrária. Considera marcos históricos, políticos, econômicos, culturais, ontológicos e epistemológicos que perpassam a questão agrária, especialmente no Brasil e na América Latina, na relação com os efeitos do agronegócio, com as lutas dos movimentos sociais do campo e em diálogo com experiências e construções teórico-metodológicas de formação humana em harmonia com o meio ambiente. Pretende situar o papel do estado e da escola nesse processo, considerando as tensões entre a Educação Rural e a Educação do Campo. Dialoga com autores como Stédile (2005), Prado Júnior (2007), Ribeiro (2015). Silva (2001), Mariategui (in Bellotto e Corrêa, 1982) e Vendramini (2000). Propõe uma metodologia de trabalho baseada no diálogo e ancorada na defesa do pensamento livre e crítico.
Prof. Dr. Johny Santana de Araújo (UFPI)
Profa. Dra. Maria Regina Santos de Souza (UESPI)
Nas últimas décadas do século XX, houve uma considerável inovação no conhecimento sobre a Independência do Brasil, em grande medida fruto de uma maior preocupação com os estudos feitos sobre o processo a partir de diferentes partes do país, onde se têm procurado demonstrar o protagonismo de diversos sujeitos cujas falas foram silenciadas, ou pela exclusão histórica do processo de formação do Brasil, ou pela direção de estudos centrados mais no Sul e Sudeste do Brasil, salvo o acontecimento da Bahia, cuja notoriedade era difícil de excluir. Essas pesquisas deram continuidade a esforços anteriores de autores, como Prado Jr. (1933) e Sodré (1965), fortalecendo a primazia de obras coletivas inteiramente dedicadas ao tema da Independência desde a década de 1970 aos anos 2000, como as obras de Mota (1972) e Jancsó (2003). Por meio de trabalhos recentes, então apoiados em documentos, internacional e nacional, novas discussões foram feitas sobre a construção da Independência do Brasil. Assim, no momento de lembrar os 200 anos desse evento, o simpósio temático convida os(as) pesquisadores(as) que tenham trabalhos que envolvam novas possibilidades sobre representação, discurso, estado, nação, guerra, relações internacionais, sociedade, mobilização e memória da Independência brasileira.
Palavras-chave: História. Historiografia. Independência.
Prof. Dr. Francivaldo Alves Nunes (UFPA)
Profa. Dra. Cristiana Costa da Rocha (UESPI)
Prof. Dra. Marcia Milena Galdez Ferreira (UEMA)
Este Simpósio Temático tem por objetivo discutir as questões relacionadas às interfaces da história social com a história política, agrária e ambiental no Brasil, nos recortes regionais. A organização, e apropriação, do espaço e o seu impacto sobre os grupos sociais articulados em torno da sua exploração. As políticas de estado voltadas à questão da territorialidade. A utilização do território pelos indivíduos, envolvendo as práticas sociais, ambientais e políticas. As pesquisas em torno da fronteira interna, englobando discussões sobre as questões fundiárias, as terras indígenas e “comunais”, e as relações de poder nas áreas de expansão. As temáticas em torno das migrações internas e dos projetos de colonizações para a Amazônia. O Simpósio Temático em tela orientado pelas questões que envolvem a História Agrária tem, portanto, na terra, trabalho e migrações temáticas centrais de discussões. A proposta é coerente com as atividades desenvolvidas por pesquisadores de diversas regiões do país, responsáveis por discussão de pesquisa nos encontros acadêmicos em eventos nacionais e em congressos de âmbito regional, relativos ao campo dos estudos agrários. Trata-se de uma oportunidade de congregar estes estudiosos com o propósito de fortalecer os grupos de pesquisa em formação e firmar os consolidados. Neste aspecto, a realização deste Simpósio Temático se justifica por propiciar um espaço de divulgação e debate de investigações relativas à História Rural. A amplitude temática deste campo perpassa estudos sobre estruturas e processos produtivos no campo, formas de acesso à terra e aos bens naturais, relações produtivas e socioculturais, relações de trabalho no campo (escravidão, agregados e trabalho livre), legislação agrária e ambiental, conflitos agrários e disputas por legitimação de direitos, modos de dominação e resistência social, política e econômica no meio rural, processos de ocupação humana do espaço e de construção de paisagens agrárias e relações socioambientais ao longo do tempo. Estas questões não apenas serão debatidas, mas devem permitir a construção de horizontes a serem seguidos pelo grupo de pesquisa.
Prof. Dr. Francisco Gleison da Costa Monteiro (UFPI)
Prof. Me. Cássio de Sousa Borges (UFPI)
Palavras-chave: Mundo do trabalho. Migração. Terras.
Profa. Dra. Ana Cristina Meneses de Sousa (UESPI)
Prof. Dr. Douglas Rodrigues de Sousa (UEMA)
A Semana de Arte Moderna aconteceu em fevereiro de 1922, na cidade de São Paulo, 100 anos após a Independência do Brasil. Nesse contexto, uma questão importante para os intelectuais e leitores brasileiros da época era a presença constante do pensamento nacionalista e a busca por uma identidade genuinamente brasileira, além da procura por uma produção artística mais livre, que rompesse com a estética das academias de Belas Artes e das ideias parnasianistas. O presente Simpósio terá como objetivo estabelecer um diálogo entre os vários campos de saberes (história, letras, artes, filosofia) que se debruçam sobre esse acontecimento histórico e cultural, cujo intento era romper com as tradições artísticas do período, bem como analisar os debates produzidos no contemporâneo. Debates estes que dizem respeito às expressões artísticas, agregando manifestações visuais, literárias e musicais do centro e da periferia, realizadas pelos mais diferentes sujeitos históricos. Afinal, a História é feita de “agoras”, como analisou Walter Benjamin. Nesse sentindo, o Simpósio procura romper apenas com a ideia de comemoração e propõe repensar o moderno como uma categoria histórica que permite ser inventada e desinventada, amada e odiada, reconstituída e desconstruída em todos os momentos em que a História do Brasil Moderno é colocada em questão.
Palavras-chave: Arte Moderna. Centenário. Reflexão.