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Conferência “Relações da África com os mundos Árabe-Muçulmano e Ocidental (séculos VII a XXI): uma leitura baseada na história da escravidão e em considerações raciais/racistas” com o Dr. Sylvain Mbohou

O PPGSC/UESPI convida a todos e todas para a Conferência “Relações da África com os mundos Árabe-Muçulmano e Ocidental (séculos VII a XXI): uma leitura baseada na história da escravidão e em considerações raciais/racistas” com o historiador camaronês Prof. Dr. Sylvain Mbohou.

A conferência acontecerá dia 29 de fevereiro de 2024, às 14h, no Auditório do Palácio Pirajá (UESPI – Campus Poeta Torquato Neto).

Sylvain Mbohou é Doutor em História Africana e Relações Internacionais pela Universidade de Dschang (Camarões) e pesquisador de pós-doutorado na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

Nesta conferência, as relações da África com o Ocidente e o mundo árabe-muçulmano serão analisadas à luz de seu passado de escravidão e de considerações raciais/racistas. Apesar da abolição formal da escravidão e do comércio de escravos entre os séculos XIX e XX, fica claro que essas práticas não desapareceram da noite para o dia. Estes fenômenos deixaram uma marca duradoura na mente das pessoas e continuam a estruturar o funcionamento das sociedades pós-escravidão. As relações da África com o Ocidente e os mundos árabe e muçulmano são geralmente vistas pelo prisma desse passado doloroso. O objetivo é mostrar que a dominação da África no cenário internacional e a marginalização dos povos negros são baseadas no passado escravagista e em considerações raciais/racistas. Para isso, será usada uma teoria dupla, ou seja, a do softpower e a dos estudos de memória. Com base na análise documental e na abordagem centro-periferia, conclui-se que, devido ao seu passado escravagista e ao racismo contra os negros, a África parece ser um elo periférico no sistema mundial. Da mesma forma, têm sido feitas tentativas de negar toda a humanidade aos negros e seus descendentes na África e em outros lugares (afrodescendentes), que são descritos como povos subumanos ou primitivos com mentalidades pré-lógicas. Isso levanta questões de reparação. Por isso, há a necessidade de resolver essa disputa histórica e criar uma nova concepção de alteridade nas relações internacionais.